CINEMA EM TEMPOS DO CÓLERA


Folha da Manhã, Campos dos Goytacazes, 24 de março de 2020
Cinema em tempos do cólera
Edgar Vianna de Andrade
            Existem promissoras portas em Hollywood e em outros centros de produção cinematográfica por onde saem filmes para aterrorizar a humanidade com assustadores perigos. São filmes que abordam os riscos que os humanos correm com bombardeios independentes deles ou originados por eles mesmos.
            Do maior para o menor, há filmes sobre a possível nova colisão de um corpo celeste com a Terra, como aconteceu há 66 milhões de anos e que extinguiu os grandes dinossauros. Já que os cientistas estão considerando as aves como um grupo de dinossauros pequenos, não se pode falar em extinção completa. Hoje, criamos dinossauros no fundo do quintal ou em granjas para comer a sua carne e os seus ovos. 

            Há também filmes sobre OVNIs que trazem seres extraterrestres amigos ou inimigos dos terráqueos, assim também como doenças de outros planetas. Na Terra, igualmente existem muitos perigos naturais, como tsunamis e terremotos reais ou imaginários, que pulam para as telas para nos assustar.
            E existem também os “inimigos” que nós mesmos criamos com as melhores ou piores intenções. Nos primórdios do cinema, o monstro criado pelo Dr. Frankenstein ou a poção que transformava um médico num monstro, apavoraram muitas pessoas. Esses filmes, no original, parecem ingênuos aos nossos olhos hoje, mas causaram muito medo na época. É preciso sempre criar situações mais assustadoras com roteiros, imagens e efeitos especiais para garantir o interesse do público. 

            Um dos alvos prediletos do cinema de ficção científica é a própria ciência. Existem cientistas que produzem o mau de propósito para dominar o mundo, nada menos que isso, talvez com intenções de dominar o sistema solar e a galáxia de que fazemos parte. Até mesmo o universo. Mas são sempre derrotados. A ciência também é criticada por sua arrogância, por sua ambição quando gera o oposto do que pretende, como organismos patogênicos.
            Nesses tempos de pandemia, tenho procurado rever filmes sobre grandes epidemias que repousam na grande coleção de DVDs que formei desde que essa tecnologia substituiu as fitas VHS, entendendo que a nova tecnologia seria a última palavra no gênero. Ela está sendo substituída pelas plataformas digitais, com a desvantagem de não trazerem tudo que o DVD oferecia.
            A maioria dos filmes sobre epidemias é constituída por zumbis, que, desde George Romero, tornaram-se resultado de contaminação e não mais entidades sobrenaturais. Assim, não há uma lista muito longa de filmes que tratam de vírus e bactérias, mas longa é a que aborda vermes, insetos, aranhas, ratos, piranhas, tubarões, aves, baleias, macacos, animais extintos ressuscitados e animais inexistentes. 

            Há grandes diretores que se renderam, ao menos uma vez, diante do gênero ficção científica assustador. Vem-nos imediatamente à lembrança o nome de Steve Spielberg. Nesse viés, “A forma da água”, de Guillermo del Toro, ganhou o Oscar de melhor filme e melhor diretor em 2019.   

            Enfim, tenho feito descobertas interessantes na minha dvdteca nesses tempos do covid-19.

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