ANIMAIS POUCO CONHECIDOS (I)


Animais pouco conhecidos (I)
“Acaso você é um pato, com esse bico?”. Não está vendo que, além do bico, tenho quatro patas?” “Mas os dedos de suas patas são ligados por membranas. Acaso você é uma lontra?”. “Você já viu lontra com bico de pato?” “Então, com essa cauda, você deve ser um castor que não deu certo”. “Você já viu castor com bico de pato?” “Com quatro patas, você poderia ser um réptil. Ave não é porque as aves têm duas patas”. “É, mas você vai estranhar muito quando eu lhe disser que, além do bico, das membranas e da cauda, meu corpo tem pelo e não escamas ou couro ou casco. E, além disso, eu boto ovo e amamento meus filhotes.” Meu Deus, você é uma fraude, uma montagem, um animal fake!”. “Foi o que disseram os cientistas europeus ao me verem pela primeira vez. Hoje, sou raro, mas existo.”
            “Sou réptil, ave e mamífero. Estou numa posição intermediária. As fêmeas de vocês, humanos, deviam ter conservado minhas características. Tenho apenas um orifício por onde faço as minhas necessidades e por onde sou fecundada. Meu ovo sai por aí também. Se as fêmeas humanas botassem ovo, os machos poderiam ajudar a chocar, embora meu macho não faça isso. Mas vocês dizem ser conscientes. Se o casal humano não quisesse chocar, poderia colocar o ovo numa chocadeira pública. Se tivesse dinheiro, poderia comprar uma chocadeira particular. Se não quisesse o filhote, poderia fazem um omelete. Para vocês, humanos, comer um ovo cozido não lhes dá a impressão de estar comendo uma galinha. Comer um ovo de mulher não lhes daria a impressão de estar cometendo aborto ou canibalismo.
            “Prazer, vocês me batizaram de ORNITORRINCO. Vivo na Austrália e na Tasmânia, parte do mundo onde existem os mais bizarros animais, segundo vocês. Estou ameaçado de extinção porque vocês não respeitam meus limites. Com o fogo que assolou a Austrália em 2019, a situação da minha espécie deve ter se agravado.
27/02/2020  

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