A FÚRIA DOS ELEMENTOS: FROZEN 2
Folha da Manhã, Campos dos
Goytacazes, 07 de janeiro de 2020
(TRÊS MATEUSINHOS)
A fúria dos elementos
Frozen 2
Edgar Vianna de Andrade
Sempre é possível arrancar um novo
roteiro de uma fonte que parecia estar seca. Foi o que aconteceu com Frozen.
Todos, inclusive as crianças, estariam contentes com o final de “Frozen 1”. A
rainha Elsa com seus poderes congelantes e sua solidão ao lado da amorosa irmã
Anna casada com Kristoff. Mas, como o casamento não se realizou e
Elsa continuou com seu poder, agora controlado, Jennifer Lee e Allison
Schroeder exploraram uma brecha (elas sempre existem e permitem muitas
continuações) que resultou em “Frozen 2”, com direção da própria Jennifer Lee e
de Chris Buck. O que conta mais é a produção pelo mais poderoso estúdio do
mundo: a Walt Disney Pictures.
Elsa
começa a ouvir uma voz e entende que é um chamado. Uma catástrofe climática
expulsa os habitantes do reino de Arendelle.
Uma das pedras falantes revela que existe um mistério no passado que deve ser
resolvido. Algo muito grave. Elsa, Anna, Kristoff, sua rena e Olaf partem para
a floresta mágica do reino. Arendelle é um país nórdico com uma floresta fria
(as florestas são sempre mágicas, devíamos lembra muito dessa característica
nos dias de hoje) e uma fauna típica. A animação se mostra fiel ao ambiente.
O mergulho na floresta e no passado
me evocou “A Viagem de Chihiro”, do genial Hayio Miyazaki, mas
apenas isso. A Disney produz blockbusters e não filmes artesanais. É na
floresta que os quatro elementos – ar, fogo, água e terra – começam a se
manifestar. É sozinha que Elsa deve descobrir o mistério de seu superpoder
(bastante parecido a de um super-herói) e o que envolve seus pais e avô.
Essa
viagem até que apresenta encantos, sobretudo quanto a Elsa. As críticas têm
buscado muito definir a orientação sexual dela. Queriam ver nela uma lésbica.
Concluíram que é assexuada. A meu ver, é uma discussão tola e superficial que
não interessa ao público infantil. De repente, o mundo se volta para a
definição de orientações sexuais. Todos devem ter uma e a proclamar ao mundo.
Ao menos, explicitá-la. É politicamente correto. Mas, em certos casos, cansa.
Elsa é uma pessoa diferente. A questão dela não é definição de sexualidade ou
ausência dela (que não deixa de ser uma orientação).
Elsa
é uma moça que deve descobrir e assumir a sua condição de pessoa especial. Ela
é mágica. Seu lugar não é no trono de Arendelle.
Na verdade, ela não é humana como sua irmã. Que a coroa do reino fique com
Anne. No mais, a animação computadorizada não inova. Pelo contrário,
pasteuriza. A trilha sonora também não explode com uma melodia merecedora de
concorrer ao Oscar. Mas tudo é possível em Hollywood. Por ora, o que conta é
que quase todas as animações agradam as crianças. “Frozen 2” está bombando em
termos de bilheteria. Isto é que importa.
Por isso, podemos esperar
continuação. Como eu disse, sempre fica uma brecha a ser aproveitada.
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