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REFLEXÕES SOBRE AS PANDEMIAS (III)

Folha da Manhã, Campos dos Goytacazes, 26 de abril de 2020 Reflexões sobre as pandemias (III) 1- Impactos . Quando um corpo celeste se chocou com a Terra na altura do golfo do México, há 66 milhões de anos, pedras soltas e animais voaram pelos ares, segundo o paleontólogo Steve Brusatte no excelente livro “Ascensão e queda dos dinossauros” (Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2019). Muitos já morreram com a queda. O choque levantou muita poeira e provocou uma onda de erupções vulcânicas, bloqueando a radiação solar e a impedindo de chegar com a devida intensidade à superfície terrestre. Se a Terra sofresse um novo choque como aquele, certamente a humanidade toda sentiria. Talvez fosse nosso fim. A partir daquele choque, os continentes começaram a se afastar uns dos outros. Esse afastamento continua lentamente e não o percebemos. Se um terremoto atinge um ponto do mundo, temos notícias dele pelos meios de comunicação, mas a humanidade toda não sofre seus impactos. Foi o que aconte

A REPRESENTAÇÃO VISUAL DAS EPIDEMIAS

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Folha da Manhã, Campos dos Goytacazes, 10/22 de abril de 2020 A representação visual das epidemias             Até cerca de 10 mil anos antes do presente, a humanidade já havia conquistado todos os continentes, vivendo em pequenos grupos sociais que se sustentavam com vegetais e pequenos animais coletados, com a pesca e com a caça. Essas sociedades não haviam ainda domesticado vegetais e animais. Portanto, era necessário um constante deslocamento para conseguir alimentos. Os historiadores classificaram essas sociedades de paleolíticas, palavra que significa “pedra antiga”. Seus integrantes lascavam a pedra ou usavam lascas já encontradas na natureza para usar no corte de alimentos, na fabricação de instrumentos e na guerra. Não é uma designação adequada porque essas sociedades também usavam o osso, a madeira e outros materiais para fabricar seus utensílios. Porém, como a pedra perdurou por ser mais resistente, o nome “paleolítico” se consagrou. Em face de seu grande nomadismo e d

FENDAS NO TEMPO

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Folha da Manhã, Campos dos Goytacazes, 22 de abril de 2020 Fendas no tempo Edgar Vianna de Andrade             No cinema, a Terra e a humanidade estão constantemente ameaçadas. Para os animais, a inconsciência é um dom incomparável. Os animais não souberam que um grande corpo celeste atingiu o planeta a 66 milhões de anos passados. Não sabem que vírus e micróbios podem matá-los. Não sabem que vão morrer de velhice. Parece que os elefantes pressentem a morte, mas só quando ela está muito próxima.             Do espaço, pode vir um asteroide, um ET ou um organismo patogênico. Da Terra, os humanos podem ser atacados por vírus, micróbios, vermes, aranhas, escorpiões, insetos, ratos etc. Nós não estamos livres nem do passado. De repente, um fenômeno natural ou nós abrimos, com ou sem intenção, uma fenda no tempo por onde passam animais vorazes que nos atacam. Podemos também entrar em refúgios de seres considerados extintos e tirá-los de lá. Em outro meio, eles se tornam uma gran

PALEOLÍTICO E NEOLÍTICO ENTRE OS RIOS MACAÉ E ITAPEMIRIM

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Paleolítico e neolítico entre os rios Macaé e Itapemirim Arthur Soffiati Paleolítico no velho mundo             Aprendemos nos livros didáticos que a humanidade viveu a maior parte da sua história no paleolítico. Considerando apenas o “Homo sapiens”, a mais nova espécie hominídea, teríamos vivido no paleolítico durante cerca de 200.000 anos. Se remontarmos ao nosso ancestral imediato, “Homo neanderthalensis”, recuaríamos a pelo menos 800.000 anos. Os primeiros sepultamentos estão associados a essa espécie, sinal de que o neandertal já acreditava em algo mais para além do mundo terreno. Recuando ainda mais, até o “Homo erectus”, a história hominídea teria 1.000.000 de anos, pois as técnicas de produção do fogo foram criadas por ele. A produção do fogo representou uma revolução técnica de grande alcance. Nem mesmo os mais avançados primatas, como chimpanzés, bonobos e gorilas, conseguem produzir fogo. Num mergulho ainda maior, alcançaremos o “Homo habilis”, há 1.450.000 de anos,